sexta-feira, 15 de março de 2019

Freddie


Cresci a ouvir Queen. A minha mãe sempre foi admiradora desta banda, então, cresci a ouvir os discos dos Queen a ecoar pela casa, enquanto a minha mãe trauteava as músicas, mesmo sem saber muito bem o que queriam dizer. Quando saiu o filme Bohemian Rhapsody, decidi logo que queria ver, no entanto, só no passado fim-de-semana tive a oportunidade de o fazer. E posso dizer que superou todas as expectativas.

O filme relata a vida de Freddie Mercury e dos Queen, desde a sua formação, em 1970, até aos seus últimos concertos. Nele podemos ver a genialidade de Freddie, a sua excentricidade e a forma ímpar como compunha e interpretava. A parte que relata a composição da música que dá nome ao filme - Bohemian Rhapsody - é maravilhosa, assim como o momento em que Freddie compõe Love of my Life (umas das minhas músicas preferidas dos Queen) para a Mary.

Mas nem só de música se faz este filme. Ao longo do mesmo, podemos acompanhar o percurso pessoal de Freeddie Mercury, os seus medos, as suas sombras, as suas dúvidas, os seus delírios, os seus amores e desamores, bem como a solidão imensa que ele sentia, mesmo estando rodeado de tanta gente e de tanta admiração. E foi isso que mais me tocou, essa solidão escondida que pode levar qualquer pessoa a procurar preencher vazios, seja de que forma for. Porque fama e sucesso nem sempre são sinónimo de felicidade e, muitas vezes, é esse vazio teimoso e insuportável que leva os artistas a cometer excessos para, de alguma forma, se sentirem menos sós.

Freddie Mercury e os Queen deixaram uma marca profunda na história da música. Poucos foram os artistas que mobilizaram tantas pessoas como eles. E ainda hoje as suas músicas continuam a passar na rádio e os seus discos a vender. Qualquer pessoa é capaz de cantar We are the Champions ou We Will Rock You. São músicas transversais, sem tempo nem idade.

E Freddie foi um génio, um louco incompreendido que nos arrebatava com a sua voz e a sua performance. Que pena que tenho de nunca poder vir a assistir a um concerto seu. Agora percebo melhor a admiração que a mãe tem por eles. E tenho ouvido, desde Domingo, as suas músicas em repetido. Se tiverem oportunidade, vejam este filme. E oiçam as músicas. 

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