quarta-feira, 27 de março de 2019

LIVROS | Sonetos - Florbela Espanca


Este foi o livro que escolhi para o mês de Março do desafio #umlivrodebaixodaasa. Na verdade, já o li e reli vezes sem conta mas, quando vi que o tema de Março era "um livro que nos abrace como uma brisa", soube logo que tinha de escolher Florbela.

Florbela Espanca é a minha poetisa preferida desde os treze anos. Este meu amor à poesia é-lhe, em muito, devido. Quando li o primeiro soneto dela - Amar! - percebi que ali havia algo de muito grandioso, de que aquela mulher, de certa forma, representava tantas e tantas mulheres cheias de versos dentro de si. Foi um amor em crescendo, uma admiração que me fez querer absorver toda a sua obra, todos os seus poemas, tudo aquilo que escrevia.

Florbela foi uma mulher fora do tempo, uma mulher que amou demais e que sofreu demais por nem sempre saber decifrar aquilo que a atormentava. Desafiou as convenções da sociedade e foi símbolo de emancipação e liberdade. Tinha uma alma que não lhe cabia no peito, e isso sente-se em cada um dos seus poemas. Desistiu de viver muito cedo, deixando ainda tantos poemas por escrever.

Este Sonetos está continuamente na minha mesinha de cabeceira. Há dias em que os leio de fio a pavio. Há outros em que abro numa página ao acaso e me deixo deliciar. Há dias em que choro a ler, como se também eu sentisse cá dentro toda a luz e toda a escuridão que se misturam e dão origem a uma mescla indecifrável. E há poemas que já sei de cor. É um dos meus livros preferidos, aquele que anda e andará sempre comigo, debaixo da asa e junto ao coração.

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