domingo, 10 de fevereiro de 2019

Crónicas | 1

A vida ensina [e ensina tanto] que o tamanho dos espaços e a duração do tempo é uma utopia, uma ilusão fabricada no sótão proibido da alma. A vida ensina que não somos os bens que temos, mas os sonhos que acalentamos [como disse, há nove anos, a Susana, essa mulher-cheia-de-sonhos que tanto me inspira]. Que, por vezes, temos de abrir mão da vida que planeámos para podermos viver a vida que nos aguarda [de braços abertos e pozinhos de perlim-pim-pim]. Que, se custa a nossa paz e horas de sono, então é muito caro. A vida ensina que os melhores presentes são obra do acaso [um acaso muito duvidoso, tal é a perfeição]. Que, se nasceste para escrever poemas e criar a tua vida, não podes querer fabricar dias em série só porque deve ser assim. Que nada é nosso, tudo é um empréstimo temporário com juros que podem ser muito altos. A vida ensina que devemos ser leves, pôr o coração ao alto, com verdade e essência, usufruindo com alegria e respeito das dádivas que ela nos dá. Que não adianta querer possuir o mundo de fora se não formos capazes de criar o nosso mundo de dentro. Que mais vale um sonho na mão do que uma algibeira cheia de dias vãos.

2 comentários:

  1. Tens toda a razão, e por vezes damos tanta importância ao que na verdade não tem importância nenhuma.

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    1. Sem dúvida! Cada vez mais, tento priorizar aquilo que realmente importa e me faz feliz :)

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