O Livro dos Homens sem Luz é o romance de estreia de João Tordo, um dos meus autores preferidos. Foi interessante ler este seu primeiro livro depois de já ter lido quase todos os outros. E consigo encontrar o fio condutor de toda a sua obra, uma mistura de melancolia e solidão, algo que nos deixa angustiados e, ao mesmo tempo, inevitavelmente mergulhados nas suas histórias.
Este livro é um conjunto de quatro histórias diferentes mas que acabam por estar interligadas. Os personagens de uma história acabam por saltar para outras. Mas o tema central de todas elas é a escuridão. A escuridão física e a escuridão emocional, a de dentro, que é a que dói mais. Ao longo do livro, acompanhamos a escuridão e a solidão em que, cada um à sua maneira, vivem os personagens, e da sua luta para encontrar a luz (ou da sua resignação em permanecer na escuridão, mergulhados na sua estranheza, na sua melancolia).
É um livro que nos faz viajar para dentro, de encontro às nossas próprias sombras, à nossa solidão, ao nosso vazio. Porque todos somos duais, seres de sombra e de luz. Porque todos nós temos de, em algum momento, mergulhar na escuridão. Se lá ficamos ou se procuramos e alcançamos a luz, já diz respeito a cada um.
Gostei bastante deste livro, quer pela temática em si, quer porque me fez lembrar muito outro escritor de quem também gosto imenso - Paul Auster. Apesar de ser um livro emocionalmente pesado, melancólico e profundo, bem ao estilo de João Tordo, aconselho muito a sua leitura.
Parece ser interessante.
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