segunda-feira, 15 de abril de 2019

Saudade

É a saudade que fica, quando apartas o teu corpo do meu, quando as mãos se desenlaçam e o olhar adivinha uma tempestade de lágrimas agridoce. É a saudade que fica no vento que a tua partida deixa para trás, o sabor do beijo ainda nos meus lábios, o coração em sobressalto já na ânsia de voltar para o teu abraço. É a saudade que fica quando volto as costas e regresso a casa sozinha, perdida no tempo que escasseia quando estás comigo e que demora quando estou sem ti. É a saudade que vai dormir comigo hoje, deitada na tua almofada, aconchegada nos lençóis que guardam ainda o teu cheiro, a dar-me a mão quando os fantasmas assaltarem os meus sonhos de madrugada. É a saudade que fica, entranhada na pele que sabe a ti, nas mãos que são vazias sem as tuas, na vida que é mais triste sem ti. É a saudade que vai alimentar a minha inspiração para mais uns quantos poemas, versos de amor e ausência, esta bipolaridade que tão bem define o nosso amor. É a saudade que fica, que deixas no teu lugar, e faz das horas esperança e ânsia pelo dia em que te vou voltar a abraçar.


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